O lobista e delator da Operação Lava Jato
Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirmou em um dos
depoimentos que fez um pagamento de R$ 2 milhões que teria como destinatária
uma nora do ex-presidente Lula. Segundo Baiano, o pagamento foi feito a pedido
de José Carlos Bumlai, amigo de Lula.
Na
delação, Baiano diz que o valor pago era referente a uma comissão a que Bumlai
teria direito por incluir Lula em uma negociação para um contrato. Fernando
Baiano era representante da empresa OSX, que tinha interesse em entrar na
licitação para a construção de navios sonda para explorar o pré-sal.
Segundo
Baiano, houve duas reuniões com a participação do ex-presidente. O delator
disse que não participou dos encontros, mas que estiveram no local, além de
Lula, Bumlai e o então presidente da Sete Brasil, empresa criada para construir
as sondas para exploração do pré-sal pela Petrobras.
Conforme
Baiano, por ter ajudado a incluir Lula na negociação, Bumlai pediu um favor ao
delator. Bumlai disse que estava sendo cobrado por uma nora de Lula, que
precisava pagar uma dívida, ou uma parcela de imóvel, e precisava de R$ 3
milhões. O lobista respondeu que poderia pagar apenas R$ 2 milhões.
O
pagamento foi feito, segundo Baiano, através de uma empresa representada por
ele, para uma empresa de Bumlai. Foi simulado um contrato de aluguel de
equipamentos e foram emitidas notas frias para efetivar o que seria um
“adiantamento de comissão”.
O
negócio intermediado por Lula com a Sete Brasil, porém, não deu resultado.
Ainda assim, de acordo com o delator, Bumlai não devolveu o dinheiro por
Baiano.
Em
nota, o Instituto Lula informou que o ex-presidente nunca atuou como
intermediário de empresas e que jamais autorizou José Carlos Bumlai a utilizar
o nome dele em qualquer espécie de lobby. Ainda segundo a nota, Lula possui
quatro noras, e nenhuma delas recebeu, direta ou indiretamente, qualquer
quantia de Fernando Baiano.
José
Carlos Bumlai não foi encontrado para comentar as afirmações de Baiano.